Assim que houve o sim de Bolatti, a direção do São Paulo se assanhou.
E soletrou o objeto de desejo: Gui-ña-zuuuuu...
Não adianta o brilho de Casemiro na sub-20.
O presidente do clube paulista quer porque quer um dos argentinos mais feios do mundo.
Juvenal Juvêncio tem a certeza de que ele é a solução de todos os problemas do Morumbi.
Contatos foram feitos ainda esta semana.
Há um ano e meio Juvenal Juvêncio o escolheu como o grande líder careca.
Ele seria o homem encarregado de fazer o São Paulo voltar a ganhar campeonatos.
Empresários o procuraram e chegaram até a acertar seus salários com o time paulista.
Só faltou um detalhe: a liberação do Inter.
Fernando Carvalho, o homem forte do futebo,l ficou transtornado quando soube do assédio.
Que sentido teria a vasta coleção de bonequinhos de Guiñazu que a diretoria do Inter possui?
E decretou: pela ousadia, o São Paulo só terá o argentino se pagar a multa rescisória.
E ela é mais pesada do que Ronaldo e Carlos Alberto juntos: R$ 34 milhões.
"À vista", completa Carvalho.
E assim seguiu a vida.
Com Juvenal Juvêncio tentando esquecer o amor careca que deixou em Porto Alegre.
Só de vez em quando se lembrava do gringo.
Nas semifinais da Libertadores, por exemplo.
O dirigente são-paulino garantiu a amigos que se o sem-cabelos estivesse no seu time o final da história seria outro...
Quando o Inter ficou com o título, a dor no coração.
E a promessa de ir buscá-lo de qualquer maneira.
O fim do ano chegou com a terrível decepção para os colorados.
Depois do vendaval chamado Mazembe, Juvenal pensou que seria fácil levar Guiñazu.
Incrível engano.
A raiva de Fernando Carvalho pelo assédio em 2009 ainda era imensa.
"Ele não sai daqui de jeito nenhum.
Se a direção do São Paulo insistir em seduzir meus jogadores, nós iremos a São Paulo.
E ofereceremos o dobro dos salários aos seus principais atletas.
Se eles se livrarem do clube nós assinamos contrato.
Vamos ver como ficarão a cabeça, a concentração desses jogadores..."
Não foi preciso cumprir a promessa porque os empresários que representavam o São Paulo deixaram Guiñazu em paz.
Mas por pouco tempo.
Como Celso Roth queria de qualquer maneira um primeiro volante alto e forte como Sandro, o Inter foi atrás de Bolatti.
Com 25 anos e 1m90, o jogador que estava encostado na Fiorentina recebeu uma ligação de D'Alessandro.
Ele o convenceu a voltar para a América do Sul, para o campeão da Libertadores.
Ficar grudado em Buenos Aires.
Ter chance de voltar à Seleção.
E ser feliz de novo.
Bolatti pediu à direção da Fiorentina que facilitasse a transação.
E ela foi fechada por 4 milhões de euros, cerca de R$ 9,1 milhões.
Em quatro parcelas de um milhão de euros por ano.
Negócio fechado.
E adivinha quem telefonou novamente para Guiñazu?
Sim, empresários representando o São Paulo.
Com a palavra, o novo presidente do Inter, Giovanni Luigi.
"De jeito nenhum."
Para o São Paulo vale o preço da multa contratual: R$ 34 milhões.
Não é uma questão de levar o Internacional para a capital argentina.
Mas pela singela regra de que a Libertadores permite a escalação de quatro estrangeiros.
Apenas Campeonato Gaúcho e Brasileiro que fixam o limite máximo de três jogadores de fora do país.
E será assim que o Inter buscará o tri da Libertadores: com Bolatti, D'Alessandro, Cavenaghi e ele, Guiñazu.
O contrato de Guiñazu termina com o cruel clube gaúcho em 2013...
Ele terá 34 anos.
Aí deverá ser bem mais fácil, Juvenal...
Nenhum comentário:
Postar um comentário