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terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

São Paulo tentou pela terceira vez Guiñazu e ouviu o terceiro não do Internacional…


Assim que houve o sim de Bolatti, a direção do São Paulo se assanhou.

E soletrou o objeto de desejo: Gui-ña-zuuuuu...

Não adianta o brilho de Casemiro na sub-20.

O presidente do clube paulista quer porque quer um dos argentinos mais feios do mundo.

Juvenal Juvêncio tem a certeza de que ele é a solução de todos os problemas do Morumbi.

Contatos foram feitos ainda esta semana.

Há um ano e meio Juvenal Juvêncio o escolheu como o grande líder careca.

Ele seria o homem encarregado de fazer o São Paulo voltar a ganhar campeonatos.

Empresários o procuraram e chegaram até a acertar seus salários com o time paulista.

Só faltou um detalhe: a liberação do Inter.

Fernando Carvalho, o homem forte do futebo,l ficou transtornado quando soube do assédio.

Que sentido teria a vasta coleção de bonequinhos de Guiñazu que a diretoria do Inter possui?

E decretou: pela ousadia, o São Paulo só terá o argentino se pagar a multa rescisória.

E ela é mais pesada do que Ronaldo e Carlos Alberto juntos: R$ 34 milhões.

"À vista", completa Carvalho.

E assim seguiu a vida.

Com Juvenal Juvêncio tentando esquecer o amor careca que deixou em Porto Alegre.

Só de vez em quando se lembrava do gringo.

Nas semifinais da Libertadores, por exemplo.

O dirigente são-paulino garantiu a amigos que se o sem-cabelos estivesse no seu time o final da história seria outro...

Quando o Inter ficou com o título, a dor no coração.

E a promessa de ir buscá-lo de qualquer maneira.

O fim do ano chegou com a terrível decepção para os colorados.

Depois do vendaval chamado Mazembe, Juvenal pensou que seria fácil levar Guiñazu.

Incrível engano.

A raiva de Fernando Carvalho pelo assédio em 2009 ainda era imensa.

"Ele não sai daqui de jeito nenhum.

Se a direção do São Paulo insistir em seduzir meus jogadores, nós iremos a São Paulo.

E ofereceremos o dobro dos salários aos seus principais atletas.

Se eles se livrarem do clube nós assinamos contrato.

Vamos ver como ficarão a cabeça, a concentração desses jogadores..."

Não foi preciso cumprir a promessa porque os empresários que representavam o São Paulo deixaram Guiñazu em paz.

Mas por pouco tempo.

Como Celso Roth queria de qualquer maneira um primeiro volante alto e forte como Sandro, o Inter foi atrás de Bolatti.

Com 25 anos e 1m90, o jogador que estava encostado na Fiorentina recebeu uma ligação de D'Alessandro.

Ele o convenceu a voltar para a América do Sul, para o campeão da Libertadores.

Ficar grudado em Buenos Aires.

Ter chance de voltar à Seleção.

E ser feliz de novo.

Bolatti pediu à direção da Fiorentina que facilitasse a transação.

E ela foi fechada por 4 milhões de euros, cerca de R$ 9,1 milhões.

Em quatro parcelas de um milhão de euros por ano.

Negócio fechado.

E adivinha quem telefonou novamente para Guiñazu?

Sim, empresários representando o São Paulo.

Com a palavra, o novo presidente do Inter, Giovanni Luigi.

"De jeito nenhum."

Para o São Paulo vale o preço da multa contratual: R$ 34 milhões.

Não é uma questão de levar o Internacional para a capital argentina.

Mas pela singela regra de que a Libertadores permite a escalação de quatro estrangeiros.

Apenas Campeonato Gaúcho e Brasileiro que fixam o limite máximo de três jogadores de fora do país.

E será assim que o Inter buscará o tri da Libertadores: com Bolatti, D'Alessandro, Cavenaghi e ele, Guiñazu.

O contrato de Guiñazu termina com o cruel clube gaúcho em 2013...

Ele terá 34 anos.

Aí deverá ser bem mais fácil, Juvenal...

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